Diante dos milhares de mortes por Covid-19, precisamos pensar sobre a despedida dos que partiram.
Com velórios apressados e sem aglomerações, às vezes nem todos os parentes, amigos e entes conseguem se despedir.
Era comum que os velórios ganhassem tempo para que todos ou a maioria pudesse ter um último momento com o ente.
Esse momento, faria parte de um processo de fechamento ou início de um ciclo que levasse a esse sentido.
Com a impossibilidade, vemos que esse adeus se torna uma bola de neve de sentimentos, falas e emoções represadas, não expressas.
A impotência é um sentimento presente. Estar diante a algo tão rápido e que evolui tão drasticamente retirando toda uma história, contato e presença.
O que fazemos diante disso?
Como lidamos com despedidas inacabadas?
Como estamos lidando com essas perdas?
Creio que estaremos nesse desafio continuo de aprender com a morte. Ela sempre deixa alguma lição.
Algo que fechamos os olhos para não aprofundarmos. Mas, precisamos criar formas de nos despedir.
Despedir sem presença é possível, apesar de mais difícil.
É assim, que podemos dizer adeus a quem amamos, mesmo que não da forma como queríamos, com um toque, um contato, um adeus digno.
Mas a forma com que nos esforçamos para que elas possam partir.
Nessa plataforma da vida, não sabemos quando enfrentaremos tal despedida, o melhor é nos ajustarmos da nossa melhor forma possível.